Idéias móveis

Vai lendo... vai lendo....
vai vendo... vai vendo....
e, se quiser, dizendo, acrescentando
que das idéias pululando, algo há de caber.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Luxúria...... ou seria amor?



Me perco mil vezes admirando tuas curvas.
Pediria centenas de vezes alento em teus seios
Cairia ofegante em teu colo
Ganhando sopro de vida e fogo a cada beijo

Faria tudo, o tempo inteiro, só pra te dar prazer

Por momentos intermináveis pensaria, todo dia, maneiras de te entreter
Pra te deixar na minha, pra te fazer minha..... pra te ter.

Ter, pegar, comer.
Te usar, muito.

Até que vc me dissesse feliz e cansada, que não presta pra mais nada.
E dormir nos meus braços com direito a afagos e alguns carinhos, mas só até o raiar
Quando novamente te faria escrava.

E faria do teu corpo morada, sairia apenas para trabalhar.
Viveria em cio eterno, rosnando, ronronando madrugada afora.

E na distância te atormentaria, e ligaria no meio do dia pra te dizer impropérios em palavras vis
Apenas para repeti-las em teu ouvido durante a noite, ou na hora do almoço fugidio.

E vc me acusaria, cheia de razões, de que se sente escrava dessa carne, dessa luxúria.... desse pedaço de mim.
Pobre tola, nem sabes que tanta usura, tanto FOGO!...
Consome também a mim.

Escravo desse desejo, servo de paixão sem fim.

domingo, 11 de setembro de 2011

Amor, Rubor, Torpor

Me vejo homem, me vejo menino. E o regente do tempo, também me vê passar


Meus pelos ouriçam ao sol
E minha alma se aquece
Um vento frio brinca de leve em minha pele
Apenas por um instante, para que esqueça do enorme calor de domingo.

Meus olhos claros se ofuscam diante de tamanha força.
E mesmo fechados, brilham mais.

O cheiro é de mar.....e algo mais
que não sei decifrar, e.....
Sem saber, me sinto em paz

Não há mistérios entre mim e o rei
 
O couro irá reluzir, trocar
A carne marcada da brisa e calor há de ficar.
Dourada, reluzindo tons de vida
No leve ardor da lembrança

Um toque de pimenta.
Furto sabor, fruta cor

Uma reverência ao rei...
Que brilha soberano
Aonde quer que vá

Que ao nascer me traga sonho
que ao deitar me deixe mar.

domingo, 4 de setembro de 2011

Crônicas do Alvorecer - Respingos


Caiu-se aguaceiro do céu, meu banho de alma e corpo

Um véu claro me cerca...
sem escapatória ou abrigo
Como uma mulher, sempre encontra um meio de me tomar.
De me tocar, me ter

Véu do céu
Que desce feito benção
Como uma mão que afaga a cerne
Transmitindo todo o apreço de quem se derrama.

Ou como o punho contra o alvo
Devolvendo toda fúria com que lhe castigamos

O véu me molha......
Me lava

Me aguça os sentidos
Purifica a alma

Benta água!

Que lava o sal
o suor e o gozo

Na forma de finas agulhas
Açoitando a noite em meu ser
Me rouba o calor.

No frio me refestelo
E o fino véu me dá algo extremamente valioso
Vontade renovada.

Pronto para me secar..... e molhar de novo