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| Procura-se um eu que precisa se encontrar |
Alguns dias são de trégua
Santificados dias de paz
Alguns são batalhas sangrentas
parecem não acabar jamais
Também santificado sangue
Que do meu corpo se esvai
Suor que ferve
valioso até demais
Minha mais valia
meu pão nosso de cada dia
É meu trabalho nessa cidade aflita
Uns clamam por pão e água
Outros por atenção
“mais amor por favor”
Reclama o cidadão de barriga cheia
com a alma vazia
e também o coração
Da saída do sol não me lembro
mal o vejo deitar
Entre as corridas insanas sem tempo
Nem vejo o tempo passar
Na loucura do dia a dia perdemos
O tempo, o amor, o afeto, o suor
E a razão
A razão disso tudo
A razão de estarmos aqui e agora, planejando o dia seguinte
De pensar no que usar (e vice versa)
onde queremos chegar.
se eu tenho roupa e comida
meu Deus aonde vou morar?
minha casa, meus filhos, o que vai ter pro jantar?
E minha mais valia?
Meu pão nosso de cada dia.....?
Mente cheia (de coisas, não sonhos)
Barriga vazia (de saciedade, felicidade)
Alguém mais sente que não veio ao mundo pra isso?
